Abraji exorta governador do Rio a punir agressores de repórter

No início da tarde desta quarta-feira (02.jun.2021), seguranças do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), agrediram um repórter da redação integrada dos jornais O Globo e Extra.
 
Escalado para cobrir o lançamento do Programa Supera Rio, na quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, zona norte da cidade, o jornalista foi empurrado, agarrado pelo pescoço e forçado a se retirar do local por homens que cuidam da segurança pessoal do governador.

Foi tudo muito rápido. Depois de sambar e comemorar o começo de um auxílio emergencial estadual para combater a pobreza, Claúdio Castro foi cercado por jornalistas. O clima festivo foi interrompido quando a imprensa fez o seu papel: perguntou sobre assuntos relevantes e polêmicos. O repórter tentou questionar o governador sobre a decisão de aceitar o Rio como sede da Copa América de 2022. A ação truculenta foi assistida em silêncio pelos assessores diretos de Castro..

Não é a primeira vez que repórteres cariocas são alvo de agressões no exercício da profissão. Houve casos recentes em que policiais miraram profissionais da imprensa do Rio de Janeiro. No dia 22.mai.2021, um jornalista da CNN foi cercado e expulso por apoiadores de Bolsonaro, durante cobertura de uma manifestação. 
 
No entendimento da Abraji, esse é um momento de grande preocupação. É preciso que Cláudio Castro esclareça à sociedade de quem partiu a ordem para impedir o trabalho do repórter. A Constituição Federal protege o exercício da liberdade de imprensa como um direito fundamental para a manutenção da democracia brasileira, que passa pela garantia de segurança aos jornalistas no exercício de sua profissão. 

Diretoria da Abraji, 02 de junho de 2021.