Abraji condena ataques on-line contra jornalista de Aos Fatos
  • 28.09
  • 2020
  • 17:34
  • Abraji

Liberdade de expressão

Abraji condena ataques on-line contra jornalista de Aos Fatos

Na noite de sábado, dia 26.set.2020, por volta das 21h30, a jornalista Luiza Bodenmüller usou sua conta pessoal no Twitter para comentar sobre filmes que abordam a Suprema Corte dos Estados Unidos. Em seu tweet, descreveu a indicação da juíza Amy Coney Barrett, como uma magistrada anti-aborto, pró-arma e conservadora, cujo perfil é amplamente divulgado pela imprensa internacional.

No dia seguinte, Bodenmüller foi surpreendida com um ataque coordenado às suas redes sociais, com mais de 750 notificações expondo seu nome e o cargo que ocupa na agência de checagem Aos Fatos.  

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) compartilharam em suas redes um post classificando a agência Aos Fatos de “esquerdagem do fatos (sic)". As publicações de Kicis e Diniz foram repercutidas por seus apoiadores, ampliando a dimensão dos ataques. 

A tentativa de descredenciar Bodenmüller incluiu uma série de publicações misóginas, vulgares e de cunho preconceituoso. Um usuário disse lamentar que a mãe da jornalista não tenha sofrido um aborto, e vários desejaram que a jornalista morresse.

Não é a primeira vez que jornalistas mulheres são alvos de campanhas odiosas orquestradas nas redes sociais, inclusive por parlamentares, conforme monitoramento da Abraji. O volume de assédio on-line contra jornalistas no Brasil é tão expressivo que motivou a assinatura de um convênio com a OAB, para prestar orientação jurídica às vítimas.

A Abraji considera inaceitável o assédio virtual venha de onde vier, mas é ainda mais grave quando mandatários e outras autoridades reproduzem alegações difamatórias, que buscam fragilizar e intimidar jornalistas mulheres. Instamos, ainda, as plataformas digitais a oferecerem uma resposta mais eficaz a esse tipo de ataque. 


Diretoria da Abraji, 28 de setembro de 2020.

 

Assinatura Abraji