• 15.02
  • 2008
  • 17:42
  • Abraji

A Tarde e Extra são alvos de 41 ações movidas por membros da Igreja Universal


Os jornais A Tarde, da Bahia, e Extra, do Rio de Janeiro, e dois profissionais desses veículos figuram como reús em ações movidas por integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus por reportarem ato de vandalismo a uma imagem católica atribuído a um frequentador da igreja em Salvador. Até dia 15 de fevereiro, haviam pelo menos 41 pedidos de indenizações por danos morais registrados em diferentes cidades do país.
 
A Folha de S. Paulo e a repórter Elvira Lobato também foram alvos de 50 ações movidas pela Igreja Universal por matéria sobre o patrimônio da instituição publicada em 15 de dezembro de 2007. Três delas já foram sentenciadas a favor do jornal, sendo que em uma o autor foi condenado por má fé. 

"Os textos das ações são todos iguais. Só muda a comarca e o advogado", afirma Ana Paula Moraes, assessora jurídica do A Tarde. Segundo ela, as 36 ações movidas contra o jornal e o autor de matéria sobre a prisão de um fiel por suposto ato de vandalismo, o repórter Valmar Hupsel Filho, foram ajuizadas em cidades do interior de todos os Estados brasileiros. A matéria foi publicada em 3 de dezembro de 2007. O jornal já teve duas vitórias, uma no Paraná e outra no Piauí.

As cinco ações movidas por pastores contra o Extra e seu diretor de Redação, Bruno Thys, têm como origem a mesma notícia publicada pelo jornal baiano. Todas foram protocoladas em diferentes cidades do Estado do Rio de Janeiro.

A advogada Taís Gasparian, que defende a Folha de S. Paulo,  diz ser "impressionante" o fato de que as ações movidas contra o jornal e contra a repórter Elvira Lobato possuem vários parágrafos iguais e que muitas delas foram distribuídas em comarcas onde o jornal  nem sequer circula. "O que impressiona na iniciativa é o nítido caráter inibitório. Procura-se intimidar a jornalista, sujeitando-a a um constrangimento e a inúmeros deslocamentos, que certamente são custosos", diz.

Assinatura Abraji