- 20.04
- 2016
- 11:08
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8º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia irá reunir jornalistas e especialistas
Para antecipar os debates do 8º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, que vai acontecer no dia 3 de maio, em Brasília, a Revista IMPRENSA conversou com jornalistas e especialistas sobre os meandros da cobertura de processos sob segredo de Justiça.
Entre os pilares que asseguram a liberdade de expressão, se encontra o sigilo de fonte. Em alguns momentos, porém, os sigilos de fonte e o de Justiça, ambos garantidos pela Constituição Brasileira, se esbarram.
Em 2014, uma decisão judicial determinou a quebra do sigilo telefônico do jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP), e do jornalista Allan Abreu para identificar a fonte de uma reportagem. A medida buscava achar o responsável por repassar ao repórter informações secretas da Operação Tamburutaca, da Polícia Federal, que investigou o suposto esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério do Trabalho e Emprego. Com um veredito provisório, o Supremo Tribunal Federal suspendeu essa decisão.
Na visão do repórter Allan Abreu, o indiciamento trata-se de uma perseguição da polícia, insatisfeita com denúncias realizadas por ele, inclusive na época do caso. “Acho que é uma forma de intimidação claríssima com o uso dos instrumentos do Estado contra um repórter que não faz o jogo polícia-imprensa. Pago um preço pela escolha de jornalismo que fiz”.
Joaquim Pedro, membro da Comissão de Ciências Criminais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), ressalta que “o jornalista não pode, em hipótese alguma, ser responsabilizado por uma informação vazada, e sim quem a vazou. Se chegou até ele é porque apurou e usou seus métodos para obtê-la. O sigilo de fonte tem limitações quando há um abuso do direito na Constituição, não é absoluto”.
O vazamento de documentos também é marca registrada na atual Operação Lava Jato. Segundo Vinicius Jorge Sassine, repórter da sucursal de Brasília do jornal O Globo, os processos que tramitam na vara federal do juiz Sergio Moro são tornados públicos, ao contrário das delações premiadas que têm caráter sigiloso. “É justamente aí que buscamos revelar o envolvimento dos políticos. Existe uma diferença muito sensível de como as coisas tramitam em primeira instância, em Curitiba, e junto ao Supremo Tribunal Federal. Aqui em Brasília existe um sigilo muito grande, tentamos derrubar porque enxergamos total interesse público”.
Para dar andamento a estas e outras discussões referentes à liberdade de imprensa, a 8ª edição do fórum contará com a presença do advogado Joaquim Pedro no painel que vai discutir “Fatores que definem um caso em segredo de Justiça”, e dos jornalistas Allan Abreu e Vinicius Sassine no painel sobre “O limiar entre o sigilo assegurado por lei e o interesse público”.
Confira abaixo os convidados já confirmados e participe deste encontro que vai discutir a liberdade de imprensa nas relações entre jornalistas e suas fontes. Inscreva-se gratuitamente pelo site.
Convidados:
- Allan Abreu (Diário da Região)
- Eliane Cantanhêde (GloboNews / O Estado de S.Paulo / Rádio Estadão)
- Felipe Recondo (JOTA)
- Joaquim Pedro Rodrigues (Comissão de Ciências Criminais e Segurança Pública da OAB/DF)
- Murillo de Aragão (Arko Advice Pesquisas)
- Ricardo Noblat (Blog do Noblat)
- Rubens Valente (Folha de S.Paulo)
- Deputado Sérgio Vidigal
- Vinicius Sassine (O Globo)
Serviço
8º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia
3 de maio de 2016, das 8h30 às 13h00
Local: Auditório da OAB-DF - SEPN 516 BLOCO B LOTE 07 – Asa Norte – Brasília-DF
Hashtag oficial: #osilencioensurdece
As vagas são limitadas.
Inscrições GRATUITAS pelo site
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