Repórter tem WhatsApp invadido após publicar reportagem sobre eleitoras de presidenciável
  • 24.09
  • 2018
  • 17:06
  • Abraji

Liberdade de expressão

Repórter tem WhatsApp invadido após publicar reportagem sobre eleitoras de presidenciável

A repórter Talyta Vespa (UOL) teve a conta de WhatsApp invadida no último 19.set.2018, após a publicação de uma reportagem sobre mulheres eleitoras do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Vespa entrou em um grupo de mensagens na rede social para apurar as informações para o texto.

O invasor, ainda não identificado, apagou conversas e contatos profissionais e privados da repórter. O perfil dela passou a exibir “bolsonaro” abaixo de sua identificação na plataforma.

Segundo Vespa, apenas o WhatsApp foi afetado; ela não registrou ataques a contas em outras plataformas. “Não foi nada tão grave. O lance é ficar de olho para que não se repita com outras pessoas”, disse. O UOL repudiou a ação, em apoio à profissional.

A jornalista registrou Boletim de Ocorrência para apurar o caso. De acordo com o Art. 154-A do Código Penal, aquele que invadir o equipamento de alguém para “obter, adulterar ou destruir dados ou informações” está sujeito a uma pena de três meses a um ano de detenção, além de multa.

Segundo informações do Universa (UOL), o WhatsApp não soube esclarecer como pode ter acontecido a invasão da conta de Vespa. A empresa afirmou em nota que se “preocupa profundamente com a segurança e privacidade de nossos usuários”.

A Abraji condena a violação da privacidade de Talyta Vespa causada pela invasão de sua conta na rede social. A retaliação a um jornalista em decorrência do exercício da profissão é um atentado direto à liberdade de expressão e à democracia. A autoria do delito precisa ser rapidamente esclarecida e as sanções cabíveis, aplicadas, sob o risco de a impunidade estimular ataques semelhantes.

Diretoria da Abraji, 24 de setembro de 2018.

Assinatura Abraji