Radialista é alvo de atentado no Ceará

Na última sexta-feira (21.set.2018), o radialista Sandoval Braga Júnior foi alvo de um atentado na cidade de Jaguaruana (CE), a 180 km da capital Fortaleza. Rendido por dois homens na garagem da Rádio União FM, onde trabalha, Braga Jr. foi atingido por um tiro na panturrilha. O projétil quebrou a tíbia do radialista, que foi submetido a uma cirurgia e passa bem.

Um dos bandidos disse à vítima “isso é para você não falar mais nada na rádio”. Segundo informações do G1, Braga Jr. havia recebido ameaças para “deixar de falar besteira” no ar. O radialista, além de diretor-presidente da Rádio União, participa às sextas-feiras e aos sábados do programa União Notícias, em que faz críticas a políticos dos poderes Legislativo e Executivo. Também é diretor da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT).

O programa é apresentado por Inaldo Lima, radialista e presidente da Câmara Municipal de Jaguaruana. Lima diz que Braga Júnior está “muito abalado” pelo ataque. Segundo ele, a segurança da rádio será reforçada e o acesso será mais controlado para evitar outros casos.

O delegado da cidade, Ricardo Ronsi, classificou o atentado como um ataque à liberdade de imprensa. Segundo ele, a polícia está recolhendo imagens de câmeras de segurança de lojas vizinhas para rastrear o percurso do veículo usado pelos bandidos. Além dos dois homens que renderam Braga Júnior, havia outros dois no carro. Para Ronsi, a ação foi “calculada” e o crime foi encomendado. O radialista descreveu o autor do disparo como frio e tranquilo, aparentando ter experiência. 

O Departamento de Policiamento do Interior (DPI) da Polícia Civil do Ceará também está envolvido na investigação, em conjunto com o delegado e a Polícia Militar.

Em nota, a ACERT manifestou “veemente repúdio” ao atentado e o classificou como “ameaça gravíssima à livre informação do seu público ouvinte”.

A Abraji ratifica e reitera o repúdio ao ataque contra Sandoval Braga Júnior. Ameaçar e atentar contra a vida de um comunicador é colocar a democracia em grave risco. A Abraji enviará ofícios às autoridades responsáveis solicitando celeridade no esclarecimento do crime e na identificação e punição tanto dos executores quanto do(s) mandante(s).

Diretoria da Abraji, 24 de setembro de 2018