Abraji lamenta morte de Ricardo Boechat
  • 11.02
  • 2019
  • 14:23
  • Abraji

Abraji lamenta morte de Ricardo Boechat

A Abraji recebeu com tristeza e consternação a notícia da morte do jornalista Ricardo Boechat na tarde desta segunda-feira (11.fev.2019). Boechat estava a bordo de um helicóptero que fez um pouso forçado na rodovia Anhanguera e se chocou com um caminhão por volta das 12h. O jornalista retornava de Campinas (SP) para a capital paulista, após uma palestra. O piloto do helicóptero, Ronaldo Quattrucci, também faleceu.

Ricardo Eugênio Boechat tinha 66 anos e atuava como apresentador na Rádio BandNews FM, âncora do Jornal da Band, na TV Bandeirantes, e colunista na revista IstoÉ. Deixa seis filhos.

Nas manifestações públicas de colegas que trabalham ou trabalharam com Boechat ao longo de seus mais de 40 anos de carreira, o adjetivo “generoso” é frequente, assim como o lamento pela perda de uma voz crítica e contundente. O humor com o qual tratava o noticiário e a si próprio é outra das características que os amigos e colegas ressaltam.

"Eu lhe devo tantos favores, tantas palavras generosas em momentos difíceis. Você foi pessoa linda, jornalista maravilhoso", disse Miriam Leitão em post no Twitter.

Nascido em Buenos Aires (Argentina) em 13 de julho de 1952, Boechat se mudou com a família para o Brasil ainda criança. Vivendo em Niterói (RJ), iniciou a carreira no “Diário de Notícias”, na década de 1970, onde trabalhou na coluna de Ibrahim Sued.

De 1983 a 1989, manteve uma coluna no jornal “O Globo”, com um breve intervalo em 1987, quando foi secretário de Comunicação Social no governo do Rio de Janeiro. De 1997 a 2001, fazia uma coluna de comentário no telejornal “Bom Dia Brasil”, da TV Globo. Também teve passagens por “O Dia”, “Jornal do Brasil” e “O Estado de S.Paulo”.

Mudou-se para São Paulo em 2006, quando passou a ancorar o Jornal da Band. Na Rádio BandNews FM, apresentava e comentava o noticiário matinal para toda a rede. A emissora suspendeu a programação em parte do dia por causa do falecimento.

Ao longo da carreira, Boechat venceu três prêmios Esso: de Reportagem (1989, com Aluizio Maranhão, Suely Caldas e Luiz Guilhermino), de Informação Política (1992, com Rodrigo França) e de Informação Econômica (2001, com Chico Otávio e Bernardo de la Peña). Em relato à GloboNews, Otávio destacou: “O que mais me encantava no Boechat era a eterna alma de repórter”.

Boechat esteve no 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Abraji em 2011, em um painel sobre jornalismo em rádio e TV. Dividindo a mesa com o colega Heródoto Barbeiro (Record News), definiu o rádio como “grande companheiro da população”. A reação da audiência à notícia de sua morte corroborou a definição: nas redes sociais, relatos de ouvintes que lastimam a perda como a de um familiar se multiplicam.

A Abraji envia seu profundo pesar e toda solidariedade aos familiares, amigos e colegas de Ricardo Boechat.

Diretoria da Abraji, 11 de fevereiro de 2019

Assinatura Abraji