Abraji divulga resultados de pesquisa sobre mulheres jornalistas no Diálogos Gênero e Número
  • 04.12
  • 2017
  • 14:10
  • Mariana Gonçalves

Liberdade de expressão

Abraji divulga resultados de pesquisa sobre mulheres jornalistas no Diálogos Gênero e Número

A Abraji e a Gênero e Número divulgam amanhã (5.dez.2017) os resultados da pesquisa “Mulheres na Mídia”. A iniciativa, feita em parceria com o Google News Lab, mapeou a violência e o assédio das profissionais de imprensa por fontes. Os dados inéditos revelam a ameaça à liberdade de expressão que a violência de gênero representa no jornalismo brasileiro.

O levantamento, que também mapeou diversidade de gênero e condições de trabalho das mulheres nas redações brasileiras. será lançado no evento Diálogos Gênero e Número – Dados, Jornalismo e Arte, no Rio de Janeiro. O evento, organizado pela Gênero e Número, acontecerá no Parque das Ruínas. Serão seis mesas sobre temas relacionados à agenda de direitos com enfoque em gênero, além de duas oficinas para jornalistas (clique aqui para saber mais). Para o lançamento da pesquisa, estarão no evento representantes da Abraji e da Gênero e Número. A entrada é gratuita. 

O cenário foi traçado a partir de entrevistas com grupos focais de jornalistas em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A partir desses dados, foi criado o questionário cujas respostas devem ser divulgadas no evento. Cerca de 500 mulheres participaram da pesquisa, e os dados apontam que, embora sejam maioria nas redações brasileiras, as mulheres têm pouca segurança no trabalho, menores salários que os homens e sofrem constantes casos de assédio sexual e moral. Depois do lançamento, os dados devem ser compilados num site.

A diretora da Abraji Maiá Menezes ressalta a importância da pesquisa para o fortalecimento da segurança de mulheres que atuam no jornalismo e, por consequência, da própria liberdade de expressão. “A preocupação da associação é com o acesso da sociedade à informação, garantido quando os jornalistas estão protegidos”, diz. “Homens e mulheres têm que ter as mesmas garantias de acesso à informação no exercício da profissão."

“Estamos nos alinhando com uma agenda mundial que trata da desigualdade de gênero. As novas gerações têm um grau de tolerância muito menor ao machismo em outros tempos naturalizado na sociedade”, continua Menezes. 

Para a jornalista Natália Mazotte, que acompanhou a pesquisa pela Gênero e Número, também chamou a atenção a normalização do assédio e da insegurança entre mulheres nas redações. Segundo ela, quase 90% das entrevistadas disseram ter passado por situações constrangedoras e ouvido piadas machistas no ambiente de trabalho. “Não são casos pontuais, mas situações generalizadas”, diz.

Para ela, o desafio agora é levar a discussão para as redações e fontes de informação de jornalistas. A Abraji e a Gênero e Número definirão recomendações de novas políticas para os veículos. “Esperamos que os dados da pesquisa tragam luz para orientações que impeçam que situações machistas voltem a ocorrer”, acrescenta Mazotte.

Serviço

Lançamento da pesquisa “Mulheres na Mídia”

Centro Cultural Municipal 

Parque das Ruínas

Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa – Rio de Janeiro, RJ

5 de dezembro, às 13h

Acesse aqui a página no Facebook do evento Diálogos Gênero e Número


(Foto: Alice Vergueiro)

Assinatura Abraji